VITELA SÓ ENSOPADA
Nandinho só teve tempo de empurrar Florinda, descolar as costas do barranco e se embrenhar no matagal puxando as
calças pra riba. Corria qui nem curisco nas noites de temporal,
ouvindo cada vez mais longe os berros do Coronë Juvêncio e do
Colt cavalinho.
- Vorta aqui seu “fio duma égua!” Pou, Pou, Pou...
_Ah! Mô Deusinho mi acódi, mesmo qui eu num mereça, a curpa é da Florinda, que me faz perder a cabeça.
.......................................................................................................
Coroné Juvêncio entro na venda di Amâncio, batendo forte os carcanhar, tinindo as esporas de ouro polidas. No
balcão, deitô cum força a chibata trançada no couro. Puxo de
lado o paletó, deixando a mostra o cabo de madrepérola do
trabuco, pidiu uma talagada e foi logo assuntando.
- Cês sabem do paradero, daquele cabra rampero
di nome Nandinho cartero ?
Todo mundo se entreolhando, côa pinga descendo engasgando
Côas caras de besta cismando, o que possa ter acunticido.
Que havera feito Nandinho, pro coroné ta tão imputicido.
........................................................................................................
Zé Bento e Quincas, como faziam toda à tardinha, foram
pescar no grotão, pra modi matar o tempo e uns tambaús.
Dirrepente di traz dum arbusto, saindo com cara di susto
Justo Nandinho cartero.
- Cês tão suzinhos? Perguntou meio cabrero.
-Tamo só nois, nem os peixe aparecero!
-Ah! Inda bem!
_Nandinho diz uma cousa, que qui tu ando aprontando pro Coroné ta nus cascos, por ai te percurando?
-É tudo curpa da Florinda, aquela oferecida, cum aquele olharzinho sonso, cagô cum a minha vida.
-E agora Nandinho? Perguntou Quincas cum rizinho safado.
-Sei não cumpadi, só sei qui daqui pra diante, cumê vitela...
... só ensopadinha cum legumes !!
Ricco Paes
calças pra riba. Corria qui nem curisco nas noites de temporal,
ouvindo cada vez mais longe os berros do Coronë Juvêncio e do
Colt cavalinho.
- Vorta aqui seu “fio duma égua!” Pou, Pou, Pou...
_Ah! Mô Deusinho mi acódi, mesmo qui eu num mereça, a curpa é da Florinda, que me faz perder a cabeça.
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Coroné Juvêncio entro na venda di Amâncio, batendo forte os carcanhar, tinindo as esporas de ouro polidas. No
balcão, deitô cum força a chibata trançada no couro. Puxo de
lado o paletó, deixando a mostra o cabo de madrepérola do
trabuco, pidiu uma talagada e foi logo assuntando.
- Cês sabem do paradero, daquele cabra rampero
di nome Nandinho cartero ?
Todo mundo se entreolhando, côa pinga descendo engasgando
Côas caras de besta cismando, o que possa ter acunticido.
Que havera feito Nandinho, pro coroné ta tão imputicido.
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Zé Bento e Quincas, como faziam toda à tardinha, foram
pescar no grotão, pra modi matar o tempo e uns tambaús.
Dirrepente di traz dum arbusto, saindo com cara di susto
Justo Nandinho cartero.
- Cês tão suzinhos? Perguntou meio cabrero.
-Tamo só nois, nem os peixe aparecero!
-Ah! Inda bem!
_Nandinho diz uma cousa, que qui tu ando aprontando pro Coroné ta nus cascos, por ai te percurando?
-É tudo curpa da Florinda, aquela oferecida, cum aquele olharzinho sonso, cagô cum a minha vida.
-E agora Nandinho? Perguntou Quincas cum rizinho safado.
-Sei não cumpadi, só sei qui daqui pra diante, cumê vitela...
... só ensopadinha cum legumes !!
Ricco Paes
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