26/08/2006

A MESA PERFEITA

O bar era meio fuleiro, mas até que aconchegante.
Aquela mesa no canto era perfeita.
Ele queria que aquele encontro fosse como aquela mesa, perfeita.
A garota merecia, era uma gata.
Que olhos, que seios, que ancas.
Era perfeita como aquela mesa
Uma mulher dessa, merecia um lugar de primeira categoria.
Mas a grana curta, o fez convencê-la de um programa diferente
E aquele bar fajuto, no fundo era “cult”
O papo foi perfeito, como aquela mesa
Ela sentou-se, cruzando as pernas elegantemente.
Ele acomodou-se a seu lado, olhando aquelas pernas.
Já imaginando como terminaria aquela noite
Seria como aquela mesa, perfeita
De repente, vinda não sei de onde, pousa no centro da mesa perfeita
Uma barata
Não uma simples barata
Mas uma baita barata
O mulherão agarrado em seu braço, estava petrificada
Ele irritado, chamou o dono do bar
_Que qui ta havenu? Perguntou o cara com a barba por fazer
Ele com ar indignado, aponta o bicho no centro da mesa
O cara tira do pé a sandália Havaiana, mais que sambada
E da uma porrada só, certeira
Depois, puxa uma toalha ensebada que trazia no ombro
Limpa a mesa, sacode a toalha, e torna a colocar no ombro
_Prontinho, vão fazer o pedido agora, ou vão bebericar alguma coisa antes!

Da morena, só ficou a mancha na camisa de seda.



Ricco Paes