Rua Gavião Peixoto 177
Era um portão de ferro
Que se abria para um longo
corredor
Que se espremia, entre a
casa da senhoria
E um canteiro de Avencas
Depois, de um lado, uma
cerca de zinco
Do outro, o muro da Dona
Laís
No final, minha casa
No fundo, um quintal
Campo de batalha, de ferozes
guerras de mamona
E também, nosso campo de
futebol
No fundo do quintal, tinha
um muro
Depois do muro, uma
mulatinha
De peitinhos pequenos, e
bundinha macia
Depois de muitos anos
morando lá
Nos
mudamos...Mudamos...Mudamos...
Foram muitos os endereços
Mas não sei por que, não
lembro de nenhum
Hoje não há mais o portão de
ferro
Nem as avencas, a cerca de
zinco
Não mais a casa e o quintal
Nem a menina depois do muro
Não tem mais nem o endereço
Rua Gavião Peixoto 177
Justamente o único que não
esqueço
Ricco Paes
2013
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